O nascimento de uma bebê chamada Maria Isabel Skora e uma mãe chamada Zioneth Garcia.
Olá, meu nome é Zioneth, tenho 27 anos e sou colombiana,
vivo aqui no Brasil desde 2008, éramos somente meu marido e eu desde sempre.
Agora temos a Maria Isabel que atualmente está com dez meses, ela foi desejada
e esperada com muita ansiedade. Eu tive dificuldade para engravidar, fui
diagnosticada com ovário policístico, e na época sofri muito, pois apesar de
meu marido me confortar o tempo todo e dizer que me amava, eu sabia que ele
queria ter filhos, e as famílias de ambos também estavam na torcida. Começamos
fazer exames para iniciar um tratamento de fertilidade, ele fez os mais chatos,
e afortunadamente como numa espécie de milagre engravidei, nem chegamos ir à
consulta com o especialista que já estava marcada.
Com 35 semanas, levamos um susto, apresentei perdida de
liquido, queda do tampão e um pouco de dilatação que resulto não ser
significativa. Porém, chegamos ir ao hospital e afortunadamente somente foi um
susto todo estava em ordem.
Ao final até que foi bom o susto porque assim calculamos a
rota para a maternidade, conhecemos o processo para internação e percebemos que
realmente não estávamos preparados. O médico falou para eu repousar, e estar
preparada porque era bem provável que nascesse antes das 38 semanas, a data
provável inicial era 25 de janeiro, agora estava para 10 de janeiro, mas o
fantasma dos partos antes das 38 semanas assombra toda minha família. Na época rolou até bolão: chega no Natal?, no
ano novo? Ou Santos Reis?
Mas ao final ela
chegou antes do Natal mesmo. Afortunadamente, nas últimas duas semanas tiveram
ajuda de Fernanda (irmã do meu marido e futura madrinha da Maria Isabel), sem
ela teria sido todo muito mais difícil.
Tudo começou na quinta 22/12/2011, a Fernanda e eu terminamos a arrumação do
quarto da bebê, do berço e das roupinhas, eu fiz as malas para maternidade bem
feitas, nas duas vezes anteriores que fomos parar no hospital sempre faltou
alguma coisa. Quando ficou todo pronto, documentos e roupas, eu falei para ela
que estávamos prontos que agora já podia vir, até parece que ela entendeu. Por
outro lado, meu marido, Paulo, tinha confraternização no serviço numa
cachaçaria, óbvio, bebeu todas e chegou em casa as 19:00hrs trançando as pernas
e foi direto dormir.
O primeiro aviso do nascimento chegou as 03:30hrs da
madrugada do dia 23 de dezembro, fui ao banheiro como costume, nos últimos
meses e quando deitei de volta senti um “pop” na barriga, líquido começou a
pingar lentamente pela minha perna, acordei meu marido pensando que seria outro
alarme falso, mas o liquido não parava de escorrer, assim que depois de pensar
por uns 20 minutos decidimos ligar para o medico, ele atendeu meio dormido e
mandou ir para a maternidade porque provavelmente a bolsa tinha estourado, a
orientação foi pedir para o plantonista ligar de volta para ele, assim que desliguei as 04:00hrs, fui
para o banheiro me aprontar a bolsa estourou de vez, já não tínhamos mais dúvidas,
um jato da água que saiu involuntariamente anunciou que seria mãe nesse dia.
Paulo, de ressaca, tomou um paracetamol, acordou a Fernanda
e lhe deu as indicações para ela se virar sozinha para ir ao aeroporto, já que
nesse dia ela voltaria para Curitiba. Ele também ligou para todos os parentes
anunciando o nascimento, isso era ao redor das 04:00hrs da madrugada!
O trabalho de parto foi acelerado, eu não tive contrações
ritmadas, nem nada parecido, quando senti a primeira contração ela não parou
mais até a bebê sair. Agora, olhando para trás vejo as coisas pelas quais eu
não queria ter passado. Eu escolhi ir à Maternidade Riberânia pela forma como
eles me asseguraram que eu teria um parto “humanizado”, mas não foi bem isso
que eu recebi. Apenas chegamos, foi feito o tato, e eu apenas tinha dois dedos
de dilatação, me levaram para observação, numa cama ao lado de um senhor que
estava com infarto, ao pouco tempo veio o médico plantonista me falar que tinha
falado com meu obstetra e que ela estava a caminho, que esperaria ele para me
levar a um quarto, mas que se eu não tivesse progresso em três horas teria que
ser cesárea... Eu meio que entrei em pânico, toda a gravidez me preparando para
um parto natural, o mais normal possível, e estava todo indo para o ralo!
Ao pouco tempo chegou um enfermeiro, me colocou o sorinho de
rotina, com ocitocina, e aí sim começaram as contrações, que até então não
tinha sentido com força. Entre as 04:40 e as 06:00hrs o colo do útero se
dilatou de 2 para 5, quando o meu médico finalmente chegou pediu para levar ao
quarto.
A Fernanda ainda estava em casa, depois de conversar no
telefone ela decidiu ficar para conhecer a bebê, ela ficou duas semanas me acompanhando
e estando tão perto não ia perder se finalmente a oportunidade de ver pela
primeira vez a Maria Isabel.
Enquanto meu marido fazia a papelada para me levar para uma
habitação, eu tive que aturar mil e uma historinhas das cesáreas dos netos do
senhor infartado ao meu lado, um favor da senhora esposa que o acompanhava.... Que
ódio, nesse momento o que eu mais queria era estar sozinha!! Finalmente subi
para o quato, mas não fiquei lá por muito tempo, as 07:00 quando o médico
voltou para me examinar já estava com mais de sete dedos, e ele pediu para ir
na sala de parto, as 07:30 na sala de parto já estavam colocando a peridural,
enquanto esperavam fazer efeito a dilatação alcançou o máximo, passadas as 08
hs me pediram para começar fazer forçar, foram quatro grandes empurrões e com a
ajudinha do médico (episiotomia
unilateral), nasceu ás 08:26hrs. Meu marido
ficou junto o tempo todo. Quando Maria Isabel nasceu levaram ela para uma sala
ao lado, qual a minha surpresa depois de todo o que indaguei, e que me juraram
que ela ficaria sempre de meu lado!! Minha única preocupação foi que Paulo a
seguisse. Eu não a tive mamando assim que nasceu. Vi ela novamente depois de
três horas, as mais longas da minha vida.
Fiquei duas horas numa sala de recuperação, vendo uma
enfermeira jogar solitário no computador, perguntando cada 10 min pela minha
bebe e ninguém me dava respostas... Finalmente no quarto a levaram. Não tenho
certeza, mas acho que ela recebeu fórmula ainda no berçário, já que quando a
botei para mamar ela não pegava, e veio uma enfermeira me “ajudar” me
beliscando os bicos e pegando ela como se fosse nada... Afortunadamente somente
vi essa enfermeira uma vez, porque odiei. Na noite eu estava dando de mamar e
veio outra enfermeira dar leite no copinho para eu poder dormir!!! Eu falando
que não precisava, mas mesmo assim pego a bebê e levou embora!! Foram dez
minutos eternos, e eu me sentindo incapaz e inútil.
Eu não quis sorinho de rotina, nem episiotomia, nem anestesia,
nem ficar com as pernas para o ar, e muito menos que ofereceram fórmula para
minha recém-nascida, ninguém nunca me perguntou, ou se deu o trabalho de me
ouvir, eu achava que o parto seria o mais natural possível, como o que a
maternidade divulgava.
Muitas contam com ajuda da mãe, da sogra, das amigas, mas
nos estamos sozinhos aqui em Ribeirão, nos não tivemos minha mãe, nem minha
sogra, nem amigas, apenas Fernanda (que tinha 16 anos) para nos ajudar. Se eu
tivesse tido alguém experiente do meu lado, algumas coisas teriam sido
diferentes. Com certeza eu quero ter pelo menos mais um filho, e sem dúvida vou
lutar por ter um parto onde seja eu quem mande.
0 comentários:
Postar um comentário