segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Era uma vez uma língua presa e fim.

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Léo foi diagnosticado a um tempo atrás, numa avaliação corriqueira, bem lá no comecinho de vida, a pedi do NAN(aquela que me receitou uma receita de 'leitiin artificial' pro bebê) suspeitou que ele teria 'língua presa' e pediu para que verificássemos com o passar do tempo se a mesma teria algum progresso, no caso regresso, o frênulo lingual, mais conhecido como 'freio da língua' era curto. E talvez essa seja a causa mais certa do problema dele mamar, embora a pega sempre estivesse correta.

Eu, a mãe do Léo, tentei por alguns meses não aceitar que teria mesmo que dar o pique na língua do meu bebezinho, tão pequeno e com a língua tão frágil.

Consultamos com a pediatra do Léo, e ela por confirmação de uma otorrino no plantão da pediatria, encaminhou-o para um otorrino, uma vez que esse, disse que para tal procedimento o Léo teria que ter um jejum de 6hrs e iria ter q sedá-lo, nananinão, em que hipóteses reais se deixa um bebê de 5 meses(era o que ele tinha na época da consulta) em jejum, sem mamar, corri e nunca mais voltei no tal doutô.

Mas a coisa não regredia, os meses foram passando e o frênulo não diminuiu assim como sugerido que aguardássemos. Tornou se necessário, pensando num breve futuro, a fala poderia ser seriamente prejudicada. O pai do Léo se preocupava mais do que eu, já que eu pensava na dor e no pós cirúrgico. Passamos por outro médico, dessa vez uma médica otorrino, e essa me deu um diagnóstico mais certo e preciso e também já me deu a solução, fazer sim o pique, mas com anestésico local, sem jejum e com mínima complicação no pós-cirúrgico. Pois bem, e hoje foi o dia, depois de 8 meses o Léo ficou de língua solta. 

Foi um mocinho, aliás, ele foi para o centro cirúrgico acompanhado pela enfermeira, e eu fui proibida de entrar, foram 5 minutos longos na sala de espera, mas logo saiu de lá de dentro com uma lagriminha no olho, perguntei pra médica se ele tinha chorado muito, enquanto meus olhos marejavam, ela me disse que ele chorou porque seguraram a cabecinha dele. Pronto, depois de 5 minutos ele já estava prontinho para vir embora, recomendações para tomar gelado (embora a 'dotôra' tenha me recomendado dar todynho pro bebê de quase 9 meses que nunca tomou algo do tipo, 'xá' pra lá, não vem ao caso), e medicar com analgésico 6/6hrs, no demais, tudo do mesmo jeito de sempre. Saindo de lá, tomou suco geladinho, mamou em seguida, chorou um pouquinho na hora da fruta, e na hora de mamar. Contrariando meus maus pensamentos, jantou super bem, mas chorou na mamada de nanar, algo deve estar estranho ainda.

A cicatrização completa se dá entre 7 a 10 dias, e seria como se fosse uma afta,só que sem dor, já que bebês ainda não tem musculatura firme na língua. Sangrou somente na hora, pois a área é bem vascularizada, mas logo parou.

Com tudo isso, o que deixo hoje, compartilhando com vocês, se tiverem algum problema semelhante, acompanhe com o médico, especialista, mas não deixe pra depois, a pessoa com esse problema terá dificuldades para realizar a sucção, mastigação e deglutição, além de apresentar alterações na articulação de alguns sons da fala, entre eles estão o “R” e “T”.

Por exemplo, tente permanecer com a língua fixa no assoalho da boca, próxima aos dentes inferiores, e em seguida tente repetir as seguintes palavras: “baRata”, “pRova”, “bLusa”, “caRRo”. 
Percebeu? Isso é o que acontece com quem tem a língua presa!


Foto do Google.






sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

As separações e a crise dos oito meses, a gente vê por aqui!

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Quando o bebê chega aos seis ou oito meses de idade, começa a operar a angústia da separação que, geralmente, continua a se manifestar de uma forma ou outra até os cinco anos. Em breve o bebê começa a sentir pânico quando não vê sua mãe. É preciso levar a sério a intensidade dos seus sentimentos. A mãe é o seu mundo, é tudo para o bebê, representa sua segurança.

Um pouco de compreensão

O bebê não está “chatinho” nem “grudento”. O sistema de angústia da separação, localizado no cérebro inferior está geneticamente programado para ser hipersensível. Nos primeiros estágios da evolução era muito perigoso que o bebê estivesse longe da sua mãe e, se não chorasse para alertar seus pais do seu paradeiro, não conseguiria sobreviver. O desenvolvimento dos lóbulos frontais inibe naturalmente esse sistema e, como adultos, aprendemos a controlá-lo com distrações cognitivas.

Se você não está, como ele sabe que você não foi embora para sempre?

Você não pode explicar que vai voltar logo, porque os centros verbais do seu cérebro ainda não funcionam. Quando ele aprender a engatinhar, deixe-o segui-la por todas as partes. Sim, até ao banheiro.
Livrar-se dele ou deixá-lo no cercadinho não só é muito cruel, também pode produzir efeitos adversos permanentes. Ele pode sentir pânico, o que significa um aumento importante e perigoso das substâncias estressantes no seu cérebro.
Isso pode resultar em uma hipersensibilização do seu sistema de medo, o que lhe afetará na sua vida adulta, causando fobias, obsessões ou comportamentos de isolamento temeroso. Pouco a pouco, ele vai sentir-se mais seguro da sua presença na casa, principalmente quando comece a falar.

A separação aflige as crianças tanto quanto a dor física

Quando o bebê sofre pela ausência dos seus pais, no seu cérebro ativam-se as mesmas zonas que quando sofre uma dor física. Ou seja, a linguagem da perda é idêntica à linguagem da dor. Não tem sentido aliviar as dores físicas, como um corte no joelho e não consolar as dores emocionais, como a angústia da separação. Mas, tristemente, é isso o que fazem muitos pais. Não conseguem aceitar que a dor emocional de seu filho é tão real como a física. Essa é uma verdade neurobiológica que todos deveríamos respeitar.

Às vezes, impulsamos nossos filhos a ser independentes antes do tempo

Nossas decisões como padres podem empurrar nossos filhos a uma separação prematura. Um exemplo seria enviá-los a um internato (1) pequenos demais. As crianças de oito anos ainda podem ser hipersensíveis à angústia da separação e ter muita dificuldade em passar longos períodos de tempo longe dos seus pais. Sua dor emocional deve ser levada a sério. O Sistema GABA do cérebro é sensível âs mais sensíveis mudanças do seu entorno, como a separação de seus pais. Estudos relacionam a separação a pouca idade com alterações desse sistema anti-ansiedade.

As separações de curto prazo são prejudiciais

Alguns estudos detectaram alterações a longo prazo do eixo HPA do cérebro infantil devido a separações curtas, quando a criança fica aos cuidados de uma pessoa desconhecida. Esse sistema de resposta ao estresse é fundamental para nossa capacidade de enfrentar bem o estresse na vida adulta. É muito vulnerável aos efeitos adversos do estresse prematuro. Os estudos com mamíferos superiores revelam que os bebês separados de suas mães deixam de chorar para entrar num estado depressivo.
Param de brincar com os amigos e ignoram os objetos do quarto. À hora de dormir há mais choro e agitação. Se a separação continuava, o estado de auto-absorção do filho se agravava e lhe conduzia à letargia e a uma depressão mais profunda.
Pesquisas realizadas nos anos setenta demonstraram que alguns bebês cuidados por pessoas desconhecidas durante vários dias entravam em um estado de luto sofriam de um trauma que continuava a afligir-lhes anos depois. Os bebês estudados estavam sob os cuidados de adultos bem intencionados ou em creches residenciais durante alguns dias. Seus pais iam visitá-los, mas basicamente, estavam em mãos de adultos que eles não conheciam.
Um menino que se viu separado de sua mãe durante onze dias deixou de comer, chorava sem parar e se jogava ao chão desesperado. Passados seis anos, ele ainda estava ressentido com sua mãe. Os pesquisadores observaram a inúmeras crianças que haviam sido separadas de seus pais durante vários dias e se encontravam em estado de ansiedade permanente. Muitos passavam horas imóveis, olhando a porta pela qual havia saído sua mãe. Aquele estudo, em grande parte gravado em filme, mudou no mundo inteiro a atitude em relação às crianças que visitam suas mães no hospital.

Mas, não é bom o estresse?

Algumas pessoas justificam sua decisão de deixar o bebê desconsolado como uma forma de “inoculação de estresse”. O que significa apresentar ao bebê situações moderadamente estressantes para que aprenda a lidar com a tensão. Aqueles que afirmam que os bebês que choram por um prolongado período de tempo só sofrem um estresse moderado estão enganando a si mesmos.
Imagem Google



Tradução de um capítulo do trecho O Choro e As Separações, do livro The Science of Parenting, de Margot Sunderland.
Tradução de Bel Kock-Allaman

Fonte: Soluções Para Noites Sem Choro / Comunidade no Facebook
http://comunidadeams.wordpress.com/2011/10/05/as-separacoes-e-a-crise-dos-oito-meses/